30 de setembro de 2011

Bancos de Germoplasma

Bancos de Germoplasma são unidades conservadoras de material genético de uso imediato ou com potencial de uso futuro, onde não ocorre o descarte de acessos, o que os diferencia das "coleções de trabalho", que são aquelas em que se elimina o que não interessa ao melhoramento genético.
Podem ser classificados em "bancos de base" ou em "bancos ativos". Os primeiros são aqueles em que se conserva o germoplasma em câmaras frias (conservação de 1ºC até -20ºC), in vitro (conservação de partes vegetais em meio de cultura de crescimento) ou em criopreservação (conservação em nitrogênio líquido a -196ºC), por longos prazos, podendo até mesmo ficar longe do local de trabalho do melhorista genético. São considerados "ativos" aqueles que estão próximos ao pesquisador, nos quais ocorre o intercâmbio de germoplasma e plantios freqüentes para caracterização, o que proporciona a conservação apenas a curto e mediano prazos.
Tais bancos ativos in vivo podem ser divididos em dois grupos: os bancos ativos de germoplasma in situ, que tratam do trabalho com germoplasma mantido no seu hábitat natural, e os ex situ, mantidos fora do seu hábitat natural, que são o objeto do presente texto. Apesar dos acervos de microbiologia serem também incluídos como bancos de germoplasma, estes não serão aqui considerados.
Os bancos de base podem ser especializados, conforme a categoria de longevidade dos acessos, em "ortodoxos", que mantêm germoplasma que pode ser conservado por longos períodos em baixa umidade 4 a 6% e temperaturas ao redor de -18ºC (ex: amendoim e arroz); e em "recalcitrantes", que são aqueles materiais que não suportam baixa umidade e temperaturas abaixo de zero. Há ainda um terceiro tipo, que é aquele composto por germoplasma intermediário aos dois grupos citados, isto é, seu teor de umidade não pode ser inferior a 10% ou sua temperatura não pode ficar abaixo de zero. (ex: café, cacau).
Os objetivos de um banco de base são diferentes dos de bancos ativos de germoplasma, pois direcionam-se apenas ao aspecto de conservação com a manutenção do máximo possível de variabilidade genética, mantida com o mínimo possível de erosão genética, quer seja de populações de uma espécie silvestre quer seja de acessos de uma espécie cultivada ou mesmo de um grupo de espécies de mesmo gênero. Este tipo de banco possui normalmente um excelente fichário, com os mais completos dados de passaporte, e realiza o acompanhamento, de tempos em tempos, do poder germinativo e do vigor das sementes armazenadas; quando estas atingem limites perigosos, com risco de perda, o banco de base as envia de volta ao banco ativo de germoplasma, para que seja realizada a regeneração e posterior multiplicação e possam, assim, ser devolvidas revigoradas ao banco de base.
Já os bancos ativos têm por objetivos efetuar a caracterização fenotípica-agronômica mínima e a multiplicação com manutenção da identidade genética que permita ao melhorista escolher os caracteres de interesse, para a inclusão nos ensaios de obtenção de novos cultivares.
Um banco de germoplasma deve conter uma variabilidade genética mínima que represente o acesso (tamanho efetivo e freqüência de alelos), seja cultivar elite ou primitiva, população, raça, espécie ou gênero. Tal número é discutível e varia de acordo com o tipo do germoplasma que compõe o banco. 


FONTE: http://www.biota.org.br/iRead?57+livros.biota+129